Ao ver-vos, meu Jesus, deixar da mãe os braços, e com seu terno auxílio
Tatear vacilando uns mal seguros passos em nosso pobre exílio
Quisera desfolhar amor pelo caminho a mais purpúrea rosa
Para que esse pé gentil pousasse de mansinho sobre uma flor mimosa
Assim desfolhadinha a rosa é imagem bela, oh meu divino infante
De um pobre coração que vitimar-se anela para vós a cada instante
A rosa, em se desfolhar, pra sempre renuncia à vida, a quanto amava
Como ela, a vós, meu Deus, em venturoso dia se entrega a humilde escrava
A rosa em seu fulgor tem culto e luzimento, às festas dá seu brilho
A rosa desfolhada, essa levou-a o vento; ninguém lhe rouba trilho
Jesus, sacrifiquei por vosso amor, gozosa, o meu futuro, a vida
Aos olhos dos mortais deve esconder-se a rosa pra sempre emurchecida
Hei de morrer por vós
De gozo em si não cabe minha alma ardente em chama
Então, Jesus, verei se quando pode e sabe, meu coração vos ama
E assim quero viver a vossos pés sem brilho, presa em divinos laços
Pudesse eu abrandar no doloroso trilho vossos últimos passos